Habilidades Mentais e TEA (parte I)
A construção e desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais, cognitivas e comunicativas estão integradas, sendo que o desenvolvimento socioemocional determina a aquisição de competências comunicativas e cognitivas. Ex. Teoria da mente.
Teoria da Mente: capacidade de entender sentimentos, desejos, pensamentos e crenças. Ser capaz de ler e inferir os estados mentais dos outros e uma habilidade necessária para desenvolver com êxito as relações interpessoais, compreender os motivos que regem a conduta do outro predizer suas respostas, inferir seus sentimentos e adaptar nossa conduta em função dos outros.
Ao participar ativamente em contextos de relações sociais vamos desenvolvendo a habilidade humana de perceber de maneira natural as intenções dos outros. O desenvolvimento completo da comunicação e linguagem e a capacidade mentalista determinam a aquisição de habilidades sociais e seu uso, de maneira natural, nas interações do dia a dia.
A compreensão da crença falsa tipicamente marca a compreensão, por parte da criança, dos conceitos mentais básicos para o desenvolvimento da teoria da mente. No entanto, este desenvolvimento não está completo nem termina aqui. Com a entrada na escola, assiste-se a um contínuo desenvolvimento da teoria da mente, que assume progressivamente uma maior complexidade. Segundo especialistas, entre os 7 e 8 anos as crianças começam a ser capazes de representar e raciocinar acerca de crenças de segunda ordem, isto é, de compreender que as pessoas podem ter crenças, verdadeiras ou falsas, acerca de outras crenças.
Para nossas crianças com TEA, todo esse processo e mais demorado e precisa ser devidamente ensinado pelo fato de a MAIOR FALHA NO TEA estar na relação interpessoal (capacidades intersubjetivas) gerando um efeito cascata junto as dificuldades na cognição social (Teoria da Mente) e à cegueira mental que ira repercutir na esfera social.
As dificuldades na compreensão do ponto de vista do outro, de detectar enganos, modificar a conduta ou a linguagem em função do contexto, antecipar as repercussões de suas próprias condutas, bem como compreender regras e códigos sociais sao percebidos em decorrência dessa FALHA.
Pra que ocorra a generalização, eles precisam observar modelos e práticas tanto em situações simuladas quantoto em contextos reais.
Objetivos básicos da intervenção: 1. Estabelecer competências sociais básicas: Interesse pelo outro a ponto de antecipar conduta: ações motivadoras e pausa 2. Participar de ações conjuntas: com objetos de causa e efeito. Quando o efeito do brinquedo acaba, a criança procura o adulto. 3. Aumentar o uso social do contato visual: usa o contato visual como combustível para continuar a brincadeira. 4. Alternar contato visual entre objeto/situação e o adulto 5. Esquemas de atenção conjunta: que ele perceba os sinais do adulto numa brincadeira e tenha êxito nela. 6. Imitação/ contra imitação Canções: com ajuda física e depois sem ajuda física 7. Alternância de turno: para marcar o turno pode-se ter pistas visuais ( fotos de quem está na vez),ajuda gestual, sinais e falando o nome. 8. Compreensão das emoções básicas 9. Jogo simbólico Inicialmente brincadeirinhas de vida diária ( dar comidinha...). Aos poucos introduzir atribuições de fala e ações dos bonecos, percepções e sensações doa bonecos, emoções e pensamentos dos bonecos.
Praticando:
Essa atividade se encaixa no desenvolvimento de competências sociais básicas: interesse pelos outros. Fizemos uma entrevista um com o outro e expandimos essa atividade para a escola! Apos responder cada item, fomos buscar na internet imagens referentes a cada resposta, que se encaixa no cérebro (desenho) de quem pensou aquela resposta.
Espero que seja util e quem tiver interesse no arquivo da entrevista, deixe aqui nos comentários o email que envio...
Referencias :
Livro: Autismos: Estratégias de intervenção clínica e educacional (Daniel Valdez)
Resumido-adaptações : Karlen Pagel